Apresentação

Na Grécia antiga, as ágoras eram as principais praças públicas da pólis - praças de comércio e debates filosóficos... Resolvi então apropriar-me do termo para inaugurar uma nova praça virtual. Ressalto que as praças só têm serventia quando são frequentadas, por pessoas com opiniões e vontade de interagir. Quando geram convivência. Acredito que é através da convivência com nossas famílias, amigos e todos os outros que se interessam ou não pelo mesmo que a gente, que a cultura de um lugar pode ser preservada, transformada ou extinta. Por isso, convido vocês a circularem por aqui, me contarem seus casos e seus projetos. Vamos “contar pra todo mundo” o que acontece; desde os espetáculos de porte até as atividades mais simples que nem eu nem você pesávamos antes na balança da cultura.Vamos sentar e conversar sobre o que nos motiva e nos emociona no dia-a-dia. A cultura é influenciada por muitos fatores... O desafio é abordá-los de forma interessante. Para isso, preciso da sua contribuição. Não existe diálogo de um só... Falem comigo.

março 02, 2011

Conversando sobre o oscar




A 83ª cerimônia de entrega dos prêmios principais do Oscar 2011 aconteceu no último dia 27 de fevereiro no Kodak Theatre em Los Angeles e como todos sabem essa cerimônia nada mais é que o maior acontecimento da 7ª arte no mundo. Como era de se esperar o drama “O Discurso do Rei”, presente em 12 indicações foi o grande vencedor da noite, com 04 estatuetas de peso: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator, Melhor Roteiro Original. Mesmo que o filme Redes Sociais tão tenha sido a grande sensação da noite foi através do Facebook que obtive muitas opiniões sobre os filmes indicados ao Oscar 2011 e como esse é um espaço de diálogo resolvi aproveitar-me deles para falar do assunto em questão.

Segundo o Professor de História, Alessandre Raposo, “O discursos do Rei” poderia sim ser cansativo se pensarmos que sua história se baseia numa série de consultas fonoaudiológicas para ajudar um príncipe. Porém é uma das atuações mais brilhantes que já vi. Cartão de visitas do filme, C...olin Firth está perfeito no papel do rei George VI, desafio muitíssimo difícil. Geoffrey Rush (fonoaudiólogo) com sua atuação competente nos entrega um Lionel que é a irreverência, a coragem e, em prosa, tudo aquilo que Bertie (o rei) precisa ser. Esbanjando humor e uma intimidade incomum na vida de um monarca, garante diálogos deliciosos, além de um constante olhar de carinho e afeição que conquistam o público. De Helena Boham-Carter esperava mais, afinal, é uma grande atriz; ela ficou apagada no filme. Fotografia e figurino impecáveis. O roteiro muito bem escrito, trás em alguns momentos um toque de humor. A história poderia muito bem cair numa monotonia, mas não é o que acontece. O espectador "sofre" com as dificuldades do rei e torce e se alegra no momento do seu discurso. Um filme de uma história contada sem aquele glamour de efeitos especiais e super produção, mas que chega, e manda seu recado, comove e guarda seu lugar na história como um grande filme.” Disse.

Como a grande surpresa da noite e para mim, que não havia ouvido quase nada sobre o filme, “a Origem” também levou quatro prêmios mais técnicos: Melhor Fotografia, Melhor efeitos visuais, Melhor mixagem de som e Melhor edição de som. Para o doutor em Neurociências Sidarta Ribeiro, a obra é desafiadora. “Num mundo não muito distante do nosso, em que a tecnologia para invadir sonhos é realidade, um espião altamente capacitado tem sua chance final de redenção condicionada à realização de uma missão impossível: implantar uma idéia estranha na mente de uma pessoa, capaz de levá-la a fazer algo que não quer. Na superfície, trata-se de um barulhento filme de ação típico de Hollywood, com tiros, perseguições de carros e muitas explosões. Se aprofundarmos, é uma condensação vertiginosa de cem anos de psicanálise, neurobiologia, filosofia e cinema.”

A respeito de Cisney Negro, que saiu da Cerimônia com apenas o Oscar de Melhor Atriz, recebi opiniões diversas: Alessandre saiu do cimema “cego, surdo e muuuuuudo!!! Digo: todo público saiu assim. Natálie Portman, magnificamente retrata em sua perfeição o Cisne Negro, uma estrela em ascensão no balé que aceita todo tipo de martírio físico e psicológico para ter seu primeiro instante de glória. A evolução da personagem, da dança e da ousadia são perceptíveis e praticamente jogados na cara do espectador. A trilha sonora é deslumbrante e tão vibrante quanto a própria Natalie Portman. Mas o filme também conta com atuações incríveis dos outros personagens, que são o termômetro para a mudança da personagem. O jogo de câmera traduz claramente a perturbação mental da bailarina Nina nos primeiros minutos de exibição. E para quem gosta de efeitos especiais, eles também estão lá. Enfim, você não precisa gostar de balé (apesar das cenas de dança ser incríveis), não precisa gostar da atriz principal, muito menos ser um cinéfilo... Precisa-se apenas apreciar um bom filme.”

Contrariando o senso comum, o comentário do Professor de Cinema da Puc Minas, Pablo Moreno, como ele mesmo ‘profetizou’ causou polêmica. “Assisti Cisne Negro. Achei o filme uma bobagem, uma historinha super manjada que você desvenda nos primeiros 10 minutos da história. Natalie Portman está prefeita, mas quando foi mesmo que ela não esteve? E ainda acrescenta: Ver um argumento tão pueril como de cisne negro tocar as pessoas dessa forma só me faz ter mais certeza sobre o quanto os sentimentos estão rasos. Pra mim, tal qual Avatar, que se baseava no argumento de Pocahontas e era uma história boba, cisne negro tem, para mim, a mesma estrutura da fábula do Patinho Feio. Porém, com classificação etária um pouco mais alta. Usar os adjetivos ‘perturbador’ ou ‘inovador’ para cisne negro é um demérito a cineastas que os merecem de fato, como Bergman ou Bertolucci.”

Espero que todos você assistam cada um dos eleitos pela Academia e formem suas próprias opiniões. Constatamos que o cinema toca as pessoas de forma diferente e é isso que o torna mais instigante, mágico; são essas visões, percepções, que constroem as idéias, que propiciam lições de vida, que nos emocionam e sensibilizam... isso é arte.

Melhor direção de arte e Melhor Figurino: "Alice no País das Maravilhas"

Melhor atriz e Ator coadjuvante: Melissa Leo e Christian Bale – “O vencedor”

Melhor curta-metragem de animação: "The lost thing", de Shaun Tan, Andrew Ruheman

Melhor longa-metragem de animação e Melhor canção original: "Toy story 3" (canção: "We belong together")

Melhor roteiro adaptado, Melhor Edição e Melhor trilha Sonora Original: “A rede social” (trilha Trent Reznor e Atticus Ross)

Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator e Melhor roteiro original: “O discurso do rei” (diretor: Tom Hooper / Ator: Colin Firth)

Melhor filme de língua estrangeira: "Em um mundo melhor" (Dinamarca)

Melhor Fotografia, Melhor efeitos visuais, Melhor mixagem de som e Melhor edição de som: "A origem"

Melhor maquiagem: "O lobisomem"

Melhor documentário em curta-metragem: "Strangers no more"

Melhor curta-metragem: "God of love"

Melhor documentário (longa-metragem): "Trabalho interno"

Melhor atriz: - Natalie Portman – “Cisne negro”

Um comentário:

  1. Um blog cheio de informações e cultura. É realmente a sua cara Patricia!


    Beijos
    Adorei

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